Nesta terça-feira, 09/02/010, foi novamente publicado no CORREIO POPULAR matéria sobre o afastamento dos servidores públicos. A questão é grave, sobejamente conhecida, contudo requentaram a matéria sem atacar as causas dos afastamentos. Já virou uma campanha MALÉVOLA contra os servidores municipais que estão ficando doentes. São muitas as causas que levam os servidores a se afastarem para tratamento de sua saúde, pois não é fácil encarar as precárias condições de trabalho nos mais distintos setores da administração pública municipal. Exemplos de situações calamitosas não faltam como a Policlínica II, PA São José, as abandonadas praças municipais, administrações regionais sucateadas, unidades educacionais colocando em risco a integridade das crianças. Outros emergem, sem ser anunciadas, como a simples queda de um holofote no teatro do Centro de Convivência Cultural e placas na Biblioteca Central, cujo Secretário da pasta cobra, de forma bizarra, sindicância para apurar culpados, onde deveria cobrar mais recursos para fazer manutenção preventiva e corretiva das irregularidades. Servidores enfrentam as agruras do adoecimento e os usuários sofrem o descaso oficial. Ambos encontram-se perdidos em meio ao tiroteio da falta de insumo básico, instrumental, equipe profissional mínima e um amontoado de improvisações, sempre dentro do mesmo cenário de péssimas condições de atendimento e trabalho. E os servidores doentes são os vilões?! Enquanto os servidores praticam malabarismos, por parte do governo sobram as mais distintas desculpas. Desculpas e culpas surgem de diferentes colorações, ao sabor das conveniências da administração municipal. Insistir em culpar os servidores permeia considerações dos interessados em mascarar as causas e fugir de responsabilidades. Se os trabalhadores cruzam os braços por melhores condições de trabalho são insensíveis. Reivindicar, com justiça e determinação, adequadas condições de trabalho, passou a ser crime. Crime é a postura nem sempre escrupulosa que prevalece nas relações contratuais e o maior exemplo disso é a famigerada co-gestão do Hospital Ouro Verde cujo relatório do Ministério Público Federal, após denúncia de ação popular, encontrou mais de trinta e sete indícios de fraudes. A transparência da gestão do Ouro Verde não é direito da administração, mas obrigação e faz parte dos princípios fundamentais da administração pública. As soluções para diminuir o índice de afastamento dos servidores são amplamente conhecidas, porque a responsabilidade de oferecer um local de trabalho seguro e saudável é do governante, contudo, ele é omisso e nada faz, transformando as verdadeiras VÍTIMAS do descaso em VILÕES. Marionaldo Fernandes Maciel Coordenador do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Campinas