A Reforma Administrativa, preparada pelo governo federal para acabar com o funcionalismo público no país, pode ter mais um dispositivo autoritário: a equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro (PSL) estuda proibir servidores de terem filiação político-partidária.
	
		 
	
		O tema foi alvo de debates nesta semana. Há entre assessores do próprio governo dúvidas sobre a legalidade da medida. A viabilidade jurídica da proposta está sob avaliação.
	
		 
	
		O STMC é contra essa medida inconstitucional, e o fato de o Ministério da Economia estar cogitando essa possibilidade nos causa consternação e indignação. O servidor público, como qualquer outro cidadão, tem o direito de ter suas preferências políticas e de exercer a sua cidadania dentro de um partido. 
	
		 
	
		Também somos contra a Reforma Administrativa  que irá dizimar direitos conquistados e deixará o funcionário público  completamente vulnerável a troca de governos. O STMC é está mobilizado com outras entidades para que ela seja barrada no Congresso Nacional.
	
		 
	
		O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciará os detalhes da reforma administrativa logo após a conclusão da reforma da Previdência e irá enviá-la ao Congresso ainda em outubro. Embora dirigida principalmente aos novos servidores, Guedes prepara algumas "regras de transição" para o atual quadro de funcionários públicos brasileiros.
 
	 
	Veja algumas das medidas prejudiciais ao funcionalismo previstas na reforma administrativa:
	 
	- Fim da estabilidade para novos servidores, exceto em certos casos como auditores e diplomatas e definição de “regras de transição” para atuais funcionários;
	- Redução significativa do número de carreiras;
	- Fim da progressão automática por tempo de serviço;
	- Criação de contrato de trabalho temporário e estímulo à contratação pela CLT por concurso;
	- Aproximação entre os salários do funcionalismo e do setor privado;
	- Redução dos salários de entrada e ampliação do prazo para chegar ao topo da carreira;
	- Revisão licenças e gratificações;
	- Regulamentação da lei de greve no setor público;
	- Criação de novo Código de Conduta para o funcionalismo;
	- Regulamentação da avaliação de desempenho;
	- Implantação de sistema adicional de avaliação, além do concurso, para certas carreiras;
	- Adoção de novo sistema de avaliação e seleção de altos executivos para o setor público;
	- Alinhamento de carreiras com a desculpa de permitir maior mobilidade dos servidores;
	- Redesenho do arranjo institucional, incluindo autarquias, empresas públicas, empresas de economia mista e fundações.